sexta-feira, 16 de abril de 2010

São as águas de abril fechando o verão...

Incredulidade, tristeza, desespero. São alguns sentimentos presentes diante das cenas dramáticas que tomaram conta do Rio de Janeiro nos últimos dias. Mesmo quem não foi atingido diretamente por consequência das fortes chuvas que assolaram a cidade, emocionalmente ficou abalado. Não tem como não se emocionar com tantas histórias de vidas interrompidas de forma tão trágica, com tantas famílias atingidas e devastadas por um fenômeno natural, que cada vez mais tem causado dor e destruição a população. Não acho que a culpa é propriamente dita da intensidade das chuvas. Elas têm vindo mais fortes, é verdade, mas há tempos que essa questão tem sido levantada e os efeitos da degradação ambiental têm sido avisados.
Estamos pagando o preço pelo que vem sendo plantado há anos. Um dia iríamos pagar esta conta. O descaso do homem com o meio ambiente, com o seu habitat, tem suas consequências e elas estão aí. Cada vez mais perto de nós.
Além da falta de cuidado com as questões ambientais, a falta de senso e a omissão de governantes também tem sido um fator crucial para a dimensão das tragédias. Nesse último caso específico esse ponto é facilmente observado. Como autoridades podem realizar obras de melhorias como as que foram feitas no Morro do Bumba, área mais atingida e que deixou o maior número de vítimas fatais? Realizar um programa de urbanização em uma área que nunca deveria ter sido habitada, só poderia incentivar invasões no local. São típicos exemplos de obras eleitoreiras. Não pode ter outra definição uma situação dessas, levando em conta ainda que essas casas e todas as construções feitas por governantes omissos e interessados em manter sua popularidade em alta (em outras palavras, manter e conquistar ainda mais votos) estavam não só localizadas em áreas de alto risco, como também em cima de um antigo lixão. O que estamos vendo é resultado da ocupação irregular de uma área, que aconteceu com o consentimento do poder público, que fechou os olhos para o que estava acontecendo. Agora, alguma providência deve ser tomada. Infelizmente após tantas mortes...
No mais, o número de catástrofes que vem sendo registradas pelo mundo este ano tem causado espanto. Diante das tragédias, me pergunto se o filme sensação na qual o mundo é ameaçado era realmente para ser 2012. Às vezes tenho uma ligeira sensação que não chegaremos até lá...

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