quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Personagens eternos

Sim, eu chorei. Eu sei que já era esperado e que ele enfrentava problemas de saúde. Mas é sempre difícil. Uma pessoa que não conhecia pessoalmente, que não era da minha família, mas que sempre esteve presente na minha vida e de muitas outras pessoas. Por isso, sim, eu chorei.

Chaves vem marcando gerações. Rimos, e também choramos, revendo o mesmo episódio dezenas de vezes, e isso tudo como se fosse a primeira vez, mesmo quando muitas vezes já falássemos as frases antes mesmo dos personagens. Com ele, além de termos gargalhadas garantidas, aprendemos o valor da amizade e em dar valor a nossa vida. Era um tempo em que o politicamente correto permitia que amigos sacaneassem os outros, sem que tudo isso fosse caracterizado como bullying. Era apenas uma gozação de crianças. Mas todos ali, quando a coisa apertava e alguém realmente precisava de ajuda, estendiam a mão. Assim como Chapolin Colorado. Um herói atrapalhado, medroso, mas que sempre conseguia ajudar a quem o chamava e garantia que somente os bons podiam segui-lo. Roberto Bolaños se destacou pela simplicidade, pela pureza dos personagens. Irei continuar atenta de olho na tv e me divertindo muito com eles. Bolaños deixou sua marca e tenho a certeza que muitas outras gerações ainda irão se apaixonar por Chaves, Chapolin e cia.
Vai com Deus. Que aonde estiver tenha muito sanduíche de presunto, com suco de limão que parece tamarindo e tem gosto de groselha e churros de sobremesa.




sábado, 19 de outubro de 2013

Biografias

Lamentável a participação da Paula Lavigne no Saia Justa. Sou contra a autorização para a publicação de biografias, mas acho que esse debate é extremamente saudável. Como todos são. Faz parte da democracia.
Mas como outros integrantes do grupo Procure Saber, a ex senhora Caetano Veloso deixou clara sua falta de argumentos e, mais ainda, seu preconceito estampado no embate.
Paula já declarou que a imprensa colocou o Procure Saber como inimigo e deturpou suas informações. Quer dizer que a imprensa é culpada de alguma coisa? O país já viu esse filme nos anos de chumbo...
As biografias ajudam a contar a história do nosso país, através de pessoas que se tornaram públicas. Claro que toda regra tem sua exceção, mas a grande maioria escreve por amor a profissão e muitas vezes ao biografado.

Mas no caso de alguém se sentir caluniado, difamado, a justiça está aí para isso. Se ela é lenta e com penas brandas isso não é problema das biografias serem ou não autorizadas. Aí, a luta deve ser por mudanças no código penal..

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

É Proibido Proibir

A mãe da virgem diz que não.
E o anúncio da televisão.
E estava escrito no portão.
E o maestro ergueu o dedo.
E além da porta há o porteiro, sim.
Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.

Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros, sim
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir

Só uma lembrança para alguns que já cantaram essa música e lutaram contra a censura no nosso país, mas hoje querem de alguma forma cercear o direito a liberdade de expressão lutando a favor da publicação de biografias somente com prévia autorização..

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dinheiro X qualidade

Dependo do transporte coletivo e há muito tempo venho questionando os preços e condições desses ônibus. Por isso, nesse momento, me sinto tão extasiada com essas manifestações, que hoje tomaram um conceito muito maior (graças a Deus), mas que tiveram seu início em mais um aumento de preço desse meio de transporte.
Não é, como muitos disseram, ou desdenharam, exclusivamente por R$0,20. Mas e se fosse? O que acontece é uma falta de respeito com a população que depende desse transporte. Pagamos muito caro por um meio que não sei ainda o motivo é chamado de público, já que pagamos por ele.
Só para citar um exemplo que mais faz parte do meu universo, essas fotos a seguir foram tiradas há pouco tempo e são de um ônibus da Viação Pinheiral (linha Barra do Piraí - Ponte Alta). São mais ou menos percorridos de Barra até Pinheiral cerca de 35 KM e a passagem custa R$6,70.
Pagamos esse preço em um ônibus algumas vezes quebrado, como este da foto, superlotado, já que os ônibus são de hora em hora somente  (e em muitos outros casos demoram demais também), e ainda, já aconteceu de chover dentro do ônibus. Esse é somente um exemplo.
E isso nos leva a questão que o grande problema não é somente o preço e seu aumento, mas o serviço oferecido. É preciso que o Poder Público fiscalize e cobre destas empresas um serviço de qualidade. Infelizmente em muitos casos não existe concorrência e talvez por isso não aja tanta preocupação. Mas isso é primordial. Não basta diminuir o valor das passagens. Pagamos muito caro por um serviço de má qualidade.
Esses fatos por si só já nos dão motivos de sobra para protestar e reivindicar melhorias. Mas isso foi na verdade a gota d’água. O aumento foi o estopim que serviu para o povo acordar e perceber que não poderia mais ficar calado diante de tantos abusos e absurdos que acontecem no país.



terça-feira, 4 de junho de 2013

Voto e consequências

Mesmo depois de um abaixo-assinado com mais de 1 milhão de assinaturas pedindo a saída do senador Renan Calheiros da presidência do Senado, nada aconteceu. Assuntos como esse não podem cair no esquecimento. Um exemplo do perigo que corremos com isso é que o mensaleiro Renan Calheiros, condenado pelo STF, assumiu esses dias interinamente a presidência da República. Como é o terceiro na linha sucessória e na ausência dos anteriores, Renan se tornou interinamente o presidente do nosso país. Isso prova mais uma vez o poder do nosso voto e o perigo da falta de consciência durante as eleições. Se está ruim (vergonhoso e perigoso na verdade) com ele na presidência do Senado, imagina como líder do país...

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Impunidade


Estamos chegando em um momento crítico da nossa vida em sociedade. Com cada vez mais frequência vemos o ser humano agir como em épocas passadas, como em terras babilônicas. Olho por olho, dente por dente...
Brigas no trânsito que acabam em agressões físicas e em alguns casos até em morte. Ocasiões em que a população resolve agir, como no caso do motorista que perdeu o controle e atropelou e matou um bebê. Mostrando sinais de embriaguez e com latas de cerveja no carro, ele foi linchado pela população revoltada. Se fizermos pesquisas quanto a esse assunto veremos que este não é um fato isolado.
Essas situações que tem nos deixados perplexos são os extremos da reação humana. Mas isso pode ser uma prova de que todos estão em seu limite.  Não podemos concordar com essas atitudes, mas elas têm explicação e causa bem conhecida: IMPUNIDADE.
Literalmente fazer justiça com as próprias mãos é a forma que as pessoas encontraram para expressar que ninguém aguenta mais um Código Penal defasado e uma justiça ineficiente. A impunidade está fazendo com que as pessoas ajam a partir dos seus instintos.
Bandidos matam, roubam, sequestram, atropelam, estupram e sabem que ou ficarão esperando mais tempo por julgamento do que realmente presos ou cumprem uma pena que não se aproxima da gravidade do crime que cometeram. Em alguns casos nem uma coisa nem outra. Realmente a impunidade impera. E é neste momento que a população revoltada resolve agir por conta própria em busca de “justiça”. Isso não justifica, mas explica o que vem acontecendo. Os fins não podem justificar os meios..
Mais do que nunca esses fatos comprovam que são necessárias mudanças. Reforma do Código, do sistema prisional, uma justiça mais barata, menos morosa. Quanto mais tempo o país demorar a dar início a essas reformas, mais crítica a situação ficará.
A população precisa acreditar na justiça. Precisa se sentir amparada pelo estado. Não podemos continuar vivendo em um país em que as leis não funcionam como deveriam, em que bandidos não são penalizados por seus crimes e as pessoas começam a agir como esses mesmos criminosos..

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fora Feliciano


#Forafeliciano e Feliciano não me representa. Estas têm sido referências frequentes nas redes sociais nos últimos tempos. Um Movimento que vem ganhando força com a adesão de personalidades e que é de fundamental importância para o país.
Feliciano também não me representa. Assim como Renan Calheiros e outros políticos fichas sujas não me representam. A escolha de Feliciano para uma Comissão como a que preside atualmente, de Direitos Humanos, é um retrocesso. Assim como é um absurdo uma pessoa com esses pensamentos estar em uma casa legislativa representando um povo. A cada dia, mais vídeos homofóbicos, racistas e radicais vêm à tona e causam cada vez mais náusea e indignação.
Mas infelizmente ele representa uma parcela da população, a constatar pela quantidade de votos com que ele foi eleito: 211.855mil. Temos que nos manifestar como vem sendo feito, mostrar indignação, se posicionar contra atitudes como a deste cidadão. E mais do que isso, é preciso votar com mais consciência e seriedade. Feliciano foi eleito democraticamente, assim como os demais. Essa é a melhor “arma” para lutar contra esses “maus” políticos. Muitos ainda votam e apoiam determinados políticos por dinheiro, religião, interesse e até por ignorância. Sem pesquisar a vida e os trabalhos dos seus eleitos.
No caso de Feliciano, tivemos o exemplo do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor José Wellington Bezerra, que em um dia deu declarações criticando Feliciano e no dia seguinte declarou apoio a esse mesmo deputado. Muito estranho alguém mudar de opinião tão repentinamente...Porque será?
É um absurdo termos Feliciano a frente desta comissão, mas também é muito incoerente ter deputados, ambos condenados pelo STF, como José Genuíno e João Paulo Cunha, na Comissão de Constituição e Justiça. Foi a única coisa certa que Feliciano disse até o momento. Houve um barulho grande com a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado, abaixo-assinado com 1,5 milhões de assinaturas, e então o foco mudou. Alguém sabe o que será feito?
A questão é que as manifestações contra Feliciano têm que continuar, seja nas ruas em passeatas, em mensagens nas redes sociais, em campanhas do meio artístico. Mas não podemos esquecer de outros que são tão prejudiciais ao país quanto ele. Não podemos apenas nos concentrar em Feliciano e deixar o caminho livre para mensaleiros e corruptos. Precisamos reforçar que ser político não significa passe livre para cometer crimes (pelo menos não deveria).

Artigo meu publicado no Jornal do Interior- 26 de abril 2013 - ed.191
http://digital.jornaldointerior.info/ed191/ed191/jdointerior_191.pdf