terça-feira, 8 de julho de 2008

Erro fatal

Uma semana sem conseguir escrever e quando tive um tempinho me dei conta que existiam vários assuntos que gostaria de comentar. Mas como não há tempo para todos, resolvi falar do mais recente. João Roberto, 3 anos, assassinado a tiros domingo, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
Mais uma vez, policiais são os responsáveis pela morte de um inocente. Desta vez, não foram integrantes de milícias, mas militares que estavam participando de uma ação para prender bandidos. O que é um fato que preocupa, pois a popualação hoje deve começar a temer até operações que aparentemente são para o bem e o cumprimento da lei. Como policiais que foram treinados para estas situações, de perseguição a bandidos, metralham (Não é exagero. Foram 15 tiros) um carro que eles SUSPEITAVAM ser de criminosos? Sendo que nem a cor do carro em que estavam a mãe e seus dois filhos, um de nove meses e o de 3 anos, que veio a falecer, era da mesma cor do automóvel que estava sendo perseguido. Como policiais não sabem, ou fingem não saber, uma das regras básicas da corporação, que diz que só se deve atirar contra alguém se a vida de alguma pessoa, ou a própria, estiverem em risco? Eu respondo. Despreparo!! Prova disto, é que mesmo que eles estivessem certos e realmente aquele veículo fosse de bandidos, a abordagem estaria equivocada. Até eu sei disso. Você sabe. Será que eles não sabem?
Não é de hoje que todo mundo vê que a Polícia Militar está mal preparada, corrupta e, confesso, mal paga. Concordo plenamente que os salários não são os ideais, mas isto não justifica atos de irresponsabilidade. Será que eles acham que são os únicos que não ganham o que deveriam? Precisam analisar o salário dos jornalistas então..
Pedir desculpas, como fez o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, é um bom sinal de humildade, mas me desculpe, não é a primeira vez que este tipo de situação acontece. Como diz o ditado: errar é humano, mas persistir no erro é burrice. A situação da segurança pública já está na segunda parte, e, nesse caso, o erro é fatal. O que falta para que as autoridades começem a buscar soluções reais para o problema? Acho que o caso chegou em um grau tão elevado que estão todos perdidos, sem saber como fazer e por onde começar. É preciso uma reestruturação completa no que diz respeito a segurança no estado.
Não sei se já existe, mas pensei que já podem fazer as estatísticas de vítimas da polícia. Sabe esse balanços de drogas e armas apreendias, homicídios, furtos, e roubos? Se fizerem um balanço dos crimes praticados por policiais a lista será bastante extensa..
É preciso exigir mais. Mais preparo, melhor formação, mais educação, e acima de tudo, a consciência de todos da importância de ser policial. Parece que eles, e muita gente, esquece disto. Lidar com vidas não é para qualquer um, e não pode ser feito de qualquer maneira.

2 comentários:

Renatinha disse...

Um bom e consciente primeiro passo para se tentar amenizar a situação de caos que se tornou o nosso bom e vleho Rio, seria um estudo. Isso mesmo, estudar o caso, analisar fatos, montar planos de ação, estratégias, começar como se fosse a primeira vez. De nada adianta tentar resolver tapando buracos. Tem que arrancar o asfalto todo. Tem de ser rígido sr.Beltrame, rígido.

Por Carol Macedo disse...

Dizem que temos que ter esperança em tudo nessa vida. Para esse assunto específico da segurança pública no Rio de Janeiro confesso que não tenho mais esperança. Segundo o dicionário a palavra esperança significa, entre outras coisas, "tendência do espírito para considerar como provável a realização do que se deseja". Não adianta nós, brasileiros, esperarmos se os mais interessados fingem apenas querer.
Enquanto isso a segurança de todos continua a mercê dessa polícia incompetente. Tenho hoje mais medo de polícia do que de bandido. Não aguento mais palavras, quero ação e isso não espero mais que aconteca. Só nos resta orar pela proteção de Deus, porque para os homens, aqueles homens, somos no final meras estatísticas.