sábado, 19 de outubro de 2013

Biografias

Lamentável a participação da Paula Lavigne no Saia Justa. Sou contra a autorização para a publicação de biografias, mas acho que esse debate é extremamente saudável. Como todos são. Faz parte da democracia.
Mas como outros integrantes do grupo Procure Saber, a ex senhora Caetano Veloso deixou clara sua falta de argumentos e, mais ainda, seu preconceito estampado no embate.
Paula já declarou que a imprensa colocou o Procure Saber como inimigo e deturpou suas informações. Quer dizer que a imprensa é culpada de alguma coisa? O país já viu esse filme nos anos de chumbo...
As biografias ajudam a contar a história do nosso país, através de pessoas que se tornaram públicas. Claro que toda regra tem sua exceção, mas a grande maioria escreve por amor a profissão e muitas vezes ao biografado.

Mas no caso de alguém se sentir caluniado, difamado, a justiça está aí para isso. Se ela é lenta e com penas brandas isso não é problema das biografias serem ou não autorizadas. Aí, a luta deve ser por mudanças no código penal..

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

É Proibido Proibir

A mãe da virgem diz que não.
E o anúncio da televisão.
E estava escrito no portão.
E o maestro ergueu o dedo.
E além da porta há o porteiro, sim.
Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.

Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros, sim
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir

Só uma lembrança para alguns que já cantaram essa música e lutaram contra a censura no nosso país, mas hoje querem de alguma forma cercear o direito a liberdade de expressão lutando a favor da publicação de biografias somente com prévia autorização..

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dinheiro X qualidade

Dependo do transporte coletivo e há muito tempo venho questionando os preços e condições desses ônibus. Por isso, nesse momento, me sinto tão extasiada com essas manifestações, que hoje tomaram um conceito muito maior (graças a Deus), mas que tiveram seu início em mais um aumento de preço desse meio de transporte.
Não é, como muitos disseram, ou desdenharam, exclusivamente por R$0,20. Mas e se fosse? O que acontece é uma falta de respeito com a população que depende desse transporte. Pagamos muito caro por um meio que não sei ainda o motivo é chamado de público, já que pagamos por ele.
Só para citar um exemplo que mais faz parte do meu universo, essas fotos a seguir foram tiradas há pouco tempo e são de um ônibus da Viação Pinheiral (linha Barra do Piraí - Ponte Alta). São mais ou menos percorridos de Barra até Pinheiral cerca de 35 KM e a passagem custa R$6,70.
Pagamos esse preço em um ônibus algumas vezes quebrado, como este da foto, superlotado, já que os ônibus são de hora em hora somente  (e em muitos outros casos demoram demais também), e ainda, já aconteceu de chover dentro do ônibus. Esse é somente um exemplo.
E isso nos leva a questão que o grande problema não é somente o preço e seu aumento, mas o serviço oferecido. É preciso que o Poder Público fiscalize e cobre destas empresas um serviço de qualidade. Infelizmente em muitos casos não existe concorrência e talvez por isso não aja tanta preocupação. Mas isso é primordial. Não basta diminuir o valor das passagens. Pagamos muito caro por um serviço de má qualidade.
Esses fatos por si só já nos dão motivos de sobra para protestar e reivindicar melhorias. Mas isso foi na verdade a gota d’água. O aumento foi o estopim que serviu para o povo acordar e perceber que não poderia mais ficar calado diante de tantos abusos e absurdos que acontecem no país.



terça-feira, 4 de junho de 2013

Voto e consequências

Mesmo depois de um abaixo-assinado com mais de 1 milhão de assinaturas pedindo a saída do senador Renan Calheiros da presidência do Senado, nada aconteceu. Assuntos como esse não podem cair no esquecimento. Um exemplo do perigo que corremos com isso é que o mensaleiro Renan Calheiros, condenado pelo STF, assumiu esses dias interinamente a presidência da República. Como é o terceiro na linha sucessória e na ausência dos anteriores, Renan se tornou interinamente o presidente do nosso país. Isso prova mais uma vez o poder do nosso voto e o perigo da falta de consciência durante as eleições. Se está ruim (vergonhoso e perigoso na verdade) com ele na presidência do Senado, imagina como líder do país...

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Impunidade


Estamos chegando em um momento crítico da nossa vida em sociedade. Com cada vez mais frequência vemos o ser humano agir como em épocas passadas, como em terras babilônicas. Olho por olho, dente por dente...
Brigas no trânsito que acabam em agressões físicas e em alguns casos até em morte. Ocasiões em que a população resolve agir, como no caso do motorista que perdeu o controle e atropelou e matou um bebê. Mostrando sinais de embriaguez e com latas de cerveja no carro, ele foi linchado pela população revoltada. Se fizermos pesquisas quanto a esse assunto veremos que este não é um fato isolado.
Essas situações que tem nos deixados perplexos são os extremos da reação humana. Mas isso pode ser uma prova de que todos estão em seu limite.  Não podemos concordar com essas atitudes, mas elas têm explicação e causa bem conhecida: IMPUNIDADE.
Literalmente fazer justiça com as próprias mãos é a forma que as pessoas encontraram para expressar que ninguém aguenta mais um Código Penal defasado e uma justiça ineficiente. A impunidade está fazendo com que as pessoas ajam a partir dos seus instintos.
Bandidos matam, roubam, sequestram, atropelam, estupram e sabem que ou ficarão esperando mais tempo por julgamento do que realmente presos ou cumprem uma pena que não se aproxima da gravidade do crime que cometeram. Em alguns casos nem uma coisa nem outra. Realmente a impunidade impera. E é neste momento que a população revoltada resolve agir por conta própria em busca de “justiça”. Isso não justifica, mas explica o que vem acontecendo. Os fins não podem justificar os meios..
Mais do que nunca esses fatos comprovam que são necessárias mudanças. Reforma do Código, do sistema prisional, uma justiça mais barata, menos morosa. Quanto mais tempo o país demorar a dar início a essas reformas, mais crítica a situação ficará.
A população precisa acreditar na justiça. Precisa se sentir amparada pelo estado. Não podemos continuar vivendo em um país em que as leis não funcionam como deveriam, em que bandidos não são penalizados por seus crimes e as pessoas começam a agir como esses mesmos criminosos..

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fora Feliciano


#Forafeliciano e Feliciano não me representa. Estas têm sido referências frequentes nas redes sociais nos últimos tempos. Um Movimento que vem ganhando força com a adesão de personalidades e que é de fundamental importância para o país.
Feliciano também não me representa. Assim como Renan Calheiros e outros políticos fichas sujas não me representam. A escolha de Feliciano para uma Comissão como a que preside atualmente, de Direitos Humanos, é um retrocesso. Assim como é um absurdo uma pessoa com esses pensamentos estar em uma casa legislativa representando um povo. A cada dia, mais vídeos homofóbicos, racistas e radicais vêm à tona e causam cada vez mais náusea e indignação.
Mas infelizmente ele representa uma parcela da população, a constatar pela quantidade de votos com que ele foi eleito: 211.855mil. Temos que nos manifestar como vem sendo feito, mostrar indignação, se posicionar contra atitudes como a deste cidadão. E mais do que isso, é preciso votar com mais consciência e seriedade. Feliciano foi eleito democraticamente, assim como os demais. Essa é a melhor “arma” para lutar contra esses “maus” políticos. Muitos ainda votam e apoiam determinados políticos por dinheiro, religião, interesse e até por ignorância. Sem pesquisar a vida e os trabalhos dos seus eleitos.
No caso de Feliciano, tivemos o exemplo do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor José Wellington Bezerra, que em um dia deu declarações criticando Feliciano e no dia seguinte declarou apoio a esse mesmo deputado. Muito estranho alguém mudar de opinião tão repentinamente...Porque será?
É um absurdo termos Feliciano a frente desta comissão, mas também é muito incoerente ter deputados, ambos condenados pelo STF, como José Genuíno e João Paulo Cunha, na Comissão de Constituição e Justiça. Foi a única coisa certa que Feliciano disse até o momento. Houve um barulho grande com a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado, abaixo-assinado com 1,5 milhões de assinaturas, e então o foco mudou. Alguém sabe o que será feito?
A questão é que as manifestações contra Feliciano têm que continuar, seja nas ruas em passeatas, em mensagens nas redes sociais, em campanhas do meio artístico. Mas não podemos esquecer de outros que são tão prejudiciais ao país quanto ele. Não podemos apenas nos concentrar em Feliciano e deixar o caminho livre para mensaleiros e corruptos. Precisamos reforçar que ser político não significa passe livre para cometer crimes (pelo menos não deveria).

Artigo meu publicado no Jornal do Interior- 26 de abril 2013 - ed.191
http://digital.jornaldointerior.info/ed191/ed191/jdointerior_191.pdf

domingo, 31 de março de 2013

O que está acontecendo?


Cada dia me surpreendo mais com o ser humano e do que ele é capaz de fazer. No dia-a-dia impera a falta de educação, de respeito, mas crimes cada vez mais hediondos e sem explicação vem nos assustando nos últimos anos, principalmente quando esses envolvem crianças, como o que ocorreu em Barra do Piraí.
Como ferir alguém que nem entende direito o que é maldade? Que não tem noção das mazelas do mundo! Como atacar de forma brutal um ser indefeso, inocente? Nada justifica uma barbárie dessas.
Infelizmente nada mudará a situação e não trará o João Felipe de volta e, para ninguém, muito menos para a família, que terá que conviver com essa dor, neste momento, não adianta falar a máxima “que este caso sirva de exemplo”. Já temos muitos. A única coisa que podemos e devemos é clamar por justiça e por mudanças no Código Penal. Essa é a única forma de fazer João Felipe não entrar somente nas estatísticas de violência.
Por enquanto, esse será mais um caso no qual vamos ver o culpado (neste caso a culpada Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo) cumprir somente 1/6 da pena e se ver livre. Quando isso irá mudar? Quando os culpados pagarão realmente pelos seus crimes?
Hoje podemos dizer que mesmo julgados, esses culpados ficam impunes pela magnitude dos crimes que cometem, se compararmos com a pena que recebem. O que dizer do Guilherme de Pádua e Paula Tomaz que, hoje, depois de matarem a atriz Daniela Perez, tem a ficha limpa. Pior do que ter a pena reduzida drasticamente é fingir que o crime não aconteceu. Porque é isso que significa.
Como podemos ter uma legislação como essa? Como pode um país criar e manter leis que defendam os interesses de bandidos?

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mudança de valores


Renan Calheiros novamente eleito para presidir o Senado. Que casa de respeito!! 
Depois de ter renunciado ao cargo para não ser cassado, ele consegue retomar ao seu posto. Acusações de peculato, falsidade ideológica e utilização de documento falso. É isso que precisamos ter no currículo para conseguir se destacar e crescer no trabalho??

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A culpa é da natureza?


Ano novo. Esperanças renovadas. Sol. Verão. Calor. E tragédias. Mais uma vez o ano se inicia em meio à catástrofe. Infelizmente, assim como o tender, peru e castanhas, desalojados, desabrigados e mortes já estão virando “tradição” na virada de ano no Rio.Enquanto uns comemoravam a chegada da chuva e a queda da temperatura, outros milhares sofriam com as suas consequências.
Mas a culpa é da natureza? Não sou especialista no assunto, mas mesmo considerando o grande volume e a força da água, é óbvio que outros fatores são mais determinantes para essas tragédias.
Até quando a população vai pagar pela negligência dos seus governantes? Até quando esses mesmos governantes vão continuar optando por remediar a situação e não pela prevenção? Quantas pessoas ainda precisarão pagar com as vidas?
Então respondendo a pergunta, a culpa é da falta de fiscalização, de investimentos, ocupações irregulares, desvio de recursos, lixo acumulado.
É um absurdo que hoje, depois de outras tragédias semelhantes, nada de efetivo tenha sido feito para evitar. Pelo contrário, na Região Serrana do Rio, que foi devastada em 2011, somando mais de 900 mortes, até hoje são visíveis os sinais da destruição e muito pior: o desvio de verba mostrando a face mais cruel e vergonhosa do ser humano.
Mesmo com esse histórico recente: Região Serrana, Angra do Reis, Morro do Bumba, nada foi feito em termos de prevenção de desastres. Em Caxias, por exemplo, a prefeitura e o governo do estado tinham em mãos estudo apontando 98 áreas com risco de deslizamentos no município desde 2011. O que foi feito? A tragédia responde por si só. NADA.
É inadmissível que se tenha recursos para demolir e construir novos estádios, para por abaixo o velódromo do Rio, construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007, e que custou R$ 14 milhões, para construir um novo, pois ele não atende aos padrões olímpicos. Mas por que cargas d’água ele não foi construído com esses padrões? Agora veremos R$ 14 milhões virar poeira..
E, em paralelo a isso, muitos lugares não têm nem mesmo saneamento básico. E a culpa é da natureza? Definitivamente NÃO. É um problema muito mais social do que “natural”.
Mas nós não somos somente vítimas. Temos nossa parcela de culpa também. Assim como é intolerável como muitas pessoas vivem, ou melhor, sobrevivem, a margem da sociedade, sem o apoio dos seus governantes, é ver como muitos ainda não têm consciência ambiental e não entendem, ou não querem entender, que aquele lixo que é jogado no rio, nas calçadas, é o mesmo que invade as suas casas nas enchentes. Como pode em 2013 vermos pessoas jogando fraudas pela janela do carro? Garrafas, copos, papéis. Porque essas são cenas muito comuns de se ver.
Que essas tragédias pelo menos sirvam como exemplo de que precisamos cobrar mais, avaliar mais na hora de votar e não trocar nosso voto por R$ 50 reais ou por cervejas e churrasco, e para tomarmos definitivamente consciência de que a natureza precisa ser cuidada e respeitada.